Diante dos embates internos sobre a escolha do candidato à prefeitura de Recife, legenda pode lançar nome próprio
PAULO DE TARSO LYRA
A direção nacional do PSB ameaçou ontem lançar um candidato próprio à prefeitura de Recife, caso o PT não escolha um nome com condições de vitória para a disputa de outubro. O PSB ficou impressionado com o clima de guerra na prévia petista do fim de semana que selou a vitória do atual prefeito, João da Costa, quando militantes trocaram socos, pontapés e trocaram acusações de fraude. “Eles estão em um clima de autofagia preocupante. Queremos uma aliança, mas não vamos cometer suicídio político”, disse ao Correio o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral.
O vice-presidente conversou ontem por telefone com o secretário nacional de organização do PT, Paulo Frateschi. “Queremos uma candidatura que nos dê chance nas urnas”, completou, lembrando que a manutenção do atual grupo político que comanda a capital é fundamental nas eleições de 2014, quando o atual governador, Eduardo Campos, tentará eleger o sucessor após um ciclo de oito anos no poder.
Opção
Caso não haja acordo, o PSB deve lançar a candidatura do chefe da Casa Civil do governo de Eduardo Campos, Tadeu Alencar. Outro nome que aparece na manga da legenda é do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, que transferiu o título de Petrolina para Recife. Mas políticos pernambucanos consideram essa hipótese complicada, pois ele teria de deixar o ministério até 6 de junho, prazo considerado muito estreito. Se essa mudança acontecer, o candidato do PSB teria o apoio de aproximadamente nove partidos, deixando o PT isolado na capital pernambucana.
A tendência é de que a confusão em Recife — os dois partidos também enfrentam dificuldades para um acordo em Fortaleza — não atrapalhe a aliança do PSB com Fernando Haddad (PT) em São Paulo. Ontem, Haddad esteve ao lado de Luiz Inácio Lula da Silva em um evento onde o ex-presidente recebeu o título de cidadão honorário paulistano.
Fonte: Correio Braziliense
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