segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Entrevista da 2ª Claudio Beato - Não sou contra negociar com o crime organizado

EM SITUAÇÕES EMERGENCIAIS, GOVERNO PODE ABRIR DIÁLOGO COM FACÇÃO CRIMINOSA, DIZ SOCIÓLOGO ESPECIALISTA EM SEGURANÇA

MARIO CESAR CARVALHO
DE SÃO PAULO




Em situações emergenciais, quando as mortes se acumulam numa guerra sem fim, é preciso negociar com o crime. Loucura? O sociólogo Claudio Beato, 56, um dos maiores especialistas em segurança no país, diz que não.

Ele cita o levante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) em 2006, no qual houve aparentemente um acordo com o governo, como contraexemplo. "Se houve acordo, por que não fazer isso de forma transparente?"

Os exemplos bem-sucedidos de negociações com criminosos, segundo ele, vão dos EUA a El Salvador, onde a igreja intermediou acordos. No Brasil, a polícia faz acordos informais com o crime, de acordo com ele, que deveriam ser institucionais.

Para Beato, ligado ao PSDB de Minas, a falta de transparência só aumenta a sensação de insegurança, como diz nesta entrevista.

Folha - São Paulo tinha uma política de segurança que era considerada exemplar. O que aconteceu para essa política desmoronar?
Claudio Beato - Não acho que ela está desmontando. Os números não apontam para uma situação dramática. O que está acontecendo é um aumento de homicídios.
O que houve foi um investimento alto na última década, em que alguns departamentos, como o de homicídios, souberam aproveitar os recursos. Teve avanço grande na investigação, o que resultou na queda dos homicídios de mais de 70% em dez anos.

E o investimento em prisões? O que deu errado?
O sistema em São Paulo cresceu muito e você perdeu o controle do interior das prisões para facções. O sistema prisional brasileiro é falido.
Você prende muita gente, mas isso acaba piorando a criminalidade fora das prisões. É uma massa que fica sob controle dos grupos que mandam nas prisões.
É o que aconteceu com o PCC, com o Comando Vermelho. O problema de São Paulo é que é um Estado rico e lançou mão do aprisionamento mais ou menos sem critério, e agora está pagando o preço.

Qual é a alternativa a essa política de aprisionamento?
É não deixar o crime acontecer. Como se faz isso? É preciso conhecer muito bem o contexto em que os crimes ocorrem. Mas não existe no Brasil a ideia de uma polícia que atue para que os crimes não aconteçam.

Onde há polícias assim?
William Bratton é o grande reformador de polícias. Reformou a polícia de Nova York e de Los Angeles. Ele defende que você precisa entender o crime, intensificar a análise criminal para não deixar o crime acontecer.
Isso está muito longe do modo de agir da polícia brasileira. Há unidades como a Rota [tropa da PM paulista] e o Bope [tropa da PM do Rio] que saem à rua com a ideia de guerra contra o crime.

Qual o problema da tal guerra contra o crime?
A tendência dessa tática é o que aparentemente está acontecendo em São Paulo: vira uma guerra particular entre a polícia e as facções.

Seria uma guerra da Polícia Militar contra o PCC?
Não tenho dúvidas. A dúvida é: qual o tamanho disso? O secretário [Antonio Ferreira Pinto] vem com uma questão muito fantasiosa: de que o PCC não tem importância.
Não é bem assim. O fenômeno contrário também ocorre em meios acadêmicos, que acreditam que foi o PCC que diminuiu o crime em São Paulo. É fantástico! Você pensar que uma organização tenha capacidade de controlar crimes domésticos, em botequins, do tráfico. É o que um amigo americano chama de "big gang" [grande gangue, e um trocadilho com "big bang", explosão que teria originado o universo].
Entre esses dois opostos, é difícil saber qual é o tamanho do PCC. Seria um grande serviço para a sociedade, e a própria polícia, saber exatamente o que está acontecendo. A falta de informação aumenta a sensação de insegurança.

O que você acha da decisão da Secretaria da Segurança de São Paulo de usar a Polícia Militar contra o tráfico?
É uma armadilha achar que as PMs possam resolver o problema de segurança pública, como se fosse possível fazer isso sem ter uma atividade mais investigativa, que é própria da Polícia Civil.
É um erro esquecer da Polícia Civil. Mas o erro maior é conviver com as duas polícias.

O ideal seria a fusão?
O ideal seria acabar com o modelo definido pela Constituição de 1988, de duas polícias. Você precisa de uma polícia de ciclo completo, com patrulhamento ostensivo e investigação. Nos países onde a polícia faz isso o resultado é mais efetivo. Você junta as qualidades das duas.
Há uma crença de que a PM é imune à corrupção.
Corrupção é muito comum entre a Polícia Militar. Hoje a corrupção está bem distribuída entre as duas polícias. O tema das reformas das polícias é urgente. A divisão das polícias é artificial.

SP vive uma situação de pânico, que o governo tenta minimizar com a alegação de que a polícia já enfrentou situações piores e venceu. Você acredita nisso?
Um dos problemas é que a área de segurança não é muito transparente. É fato que a polícia de São Paulo enfrentou um problema muito mais grave em 2006. Como é que resolveu? Alguém sabe? Tem um monte de lendas, de boatos. Eu até hoje não sei o que aconteceu em 2006.
Há quem diga que houve um acordo com o PCC.
Se houve acordo, por que não fazer isso de forma transparente? El Salvador acabou de fazer um grande acordo com as Maras. São grupos mais violentos e com inserção social muito maior do que o PCC. Em El Salvador, houve um investimento muito grande em prisões duras, como algumas de São Paulo. As prisões funcionaram, mas a situação fora piorou. Houve negociação para tirar alguns líderes dessas prisões desde que ajudassem a controlar a situação fora. Foi intermediado pela Igreja Católica.

Você acha que o governo deveria negociar com o PCC?
Não sou contra a negociação, eventualmente, e de forma pontual. Vou falar uma coisa que será muito criticada. Isso aconteceu em Boston. O projeto mais conhecido de controle da violência nos EUA, chamado "Cessar-Fogo", foi feito por meio de um conjunto de ações da polícia, prendendo de forma mais focalizada o que eles chamam de alavancas do crime.
Houve também ofertas de empregos, melhoria de condições sociais. E a negociação com as gangues foi feita pelos pastores. Eles sentaram com as gangues e policiais e negociaram um cessar-fogo. Em Medellín [Colômbia] também houve acordo.

Os governos federal e o paulista travaram uma disputa sobre quem sabe mais sobre o crime em SP. Isso faz sentido?
Isso é deplorável. Em 2006, foi combinado que a PF e a Polícia Civil trocariam informações, mas isso só acontece quando há uma força-tarefa.
Eu tenho uma crítica muito grande à maneira como a polícia trata informação no Brasil.
Inteligência aqui é ficar escutando celular de preso. Isso é uma parte.
Eu vi no MIT [Massachusetts Institute of Technology] um sistema em que você consegue seguir o movimento de todos os celulares de Nova York, e você pode destacar dois celulares. É uma ferramenta fantástica. Você saberia como criminosos se movimentam fora dos presídios.
Em 2006, a Promotoria analisou mais de 500 contas bancárias atribuídas ao PCC e o resultado foi pífio. As contas eram de R$ 300, R$ 400.
Talvez o PCC não seja essa coisa toda que as pessoas pensam. Talvez a parte mais organizada do crime não seja o PCC, sejam estruturas organizadas internacionalmente.
O problema é a falta de transparência da segurança. Tudo é tratado como segredo. Isso é uma herança da comunidade de inteligência da ditadura militar, do SNI [Serviço Nacional de Informação].
Não temos essa informação organizada e clara para o público. Nos atentados em São Paulo, não se sabe quantos são acertos de atividades paralelas de policiais, quantos são retaliações do tráfico ou execuções da polícia.
O resultado é que todo mundo começa a fazer suposições e isso gera insegurança. Se o secretário da Saúde enfrentasse uma epidemia de cólera, imagina a quantidade de informação que ele teria de dar. O secretário da Segurança não fala. Não é só em São Paulo. Não há prestação de contas.

Fonte: Folha de S. Paulo

FRASE

"Houve diversos procedimentos jurídicos nesse terreno [combate à corrupção] e, como presidente da República, não posso me manifestar sobre as decisões do Supremo Tribunal Federal. Acato suas sentenças, não as discuto. O que não significa que alguém neste mundo de Deus esteja acima dos erros e das paixões humanas" - DILMA ROUSSEFF - em entrevista ao jornal "El País"

Fonte Folha de São Paulo

programa Mais Irrigação terá R$ 10 bilhões em investimento

A presidenta Dilma Rousseff anunciou, na última terça (13), no Palácio do Planalto, o Programa Mais Irrigação, com a proposta de incluir o pequeno e o médio agricultor na cadeia produtiva, garantindo mercado, assistência técnica e preço justo, com investimentos de R$ 3 bilhões, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e outros R$ 7 bilhões vindos da iniciativa privada. Para a presidenta, o projeto terá papel decisivo no enfrentamento à estiagem no semiárido nordestino, como “a melhor resposta para combater a seca”.
“O nosso sertão irrigado vai deixar de ser dependente da ajuda governamental, ele vai passar a ser fornecedor de produtos, ele passará a ser um dos maiores produtores de alimentos que o nosso país necessita, e o mundo também. A vítima da seca, nós queremos que a vítima da seca deixe de ser o flagelado de todos os anos, para se tornar um produtor rural de sempre. Eu acho que esse é o grande objetivo do Mais Irrigação.”, afirmou.
Na quarta-feira (14), a presidenta visitou a 7ª edição da Olimpíada do Conhecimento, que acontece em São Paulo e acaba hoje (18). Durante a assinatura do memorando de entendimento para realização da competição mundial de formação profissional, WorldSkills, no Brasil, em 2015, ela destacou a importância de uma valorização da educação profissional sintonizada com o desenvolvimento da indústria nacional.
“Agora, uma coisa, para mim, é o mais importante dessa parceria: é a formação de uma nova geração de jovens, tanto no ensino médio, de jovens que estão entrando no mercado de trabalho, de trabalhadores, em cursos de alto nível, mas – e aí eu acho que está a questão essencial – sintonizados com as necessidades da indústria brasileira. Essa sintonia, que permite que esses cursos tenham a ver com as necessidades da nossa indústria, é que é a característica que eu considero revolucionária neste programa”, disse.
Na quinta-feira (15), Dilma viajou para a Espanha, onde participou da XXII Cúpula Ibero-Americana. Em discurso durante a primeira sessão plenária, a presidenta afirmou que as políticas de austeridade implementadas por alguns países europeus não são a melhor resposta para enfrentar a crise, podendo, inclusive, agravá-la, causando recessão.
“O que temos visto são medidas que, apesar de afastarem o risco de uma quebra financeira, não afastam a desconfiança dos mercados e, mais importante ainda, não afastam a desconfiança das populações. Confiança não se constrói apenas com sacrifícios. É preciso que a estratégia adotada mostre resultados concretos para as pessoas, apresente um horizonte de esperança e não apenas a perspectiva de mais anos de sofrimento”, defendeu.

Deputado Gonzaga Patriota reúne lideranças socialistas de Petrolina para balanço das eleições 2012

Na noite da última sexta-feira (16), o deputado federal Gonzaga Patriota  esteve reunido com várias lideranças do PSB de Petrolina, na sede da Frente Popular, para fazer um balanço das eleições municipais de 2012. Dentre os convidados, estiveram presentes o advogado Gennedy Patriota, Anete Ferraz e a professora Yolanda, estes coordenaram o Programa de Governo do candidato  Fernando Filho.

Durante o encontro, Gonzaga Patriota fez uso da palavra e agradeceu o apoio de todos os líderes políticos presentes à candidatura do deputado Fernando Filho, a Prefeito de Petrolina nas últimas eleições. Alguns líderes presentes, também usaram da palavra e reforçaram o apoio do deputado a todos os candidatos da União por Petrolina, Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, ao tempo em que lamentaram o insucesso eleitoral, como sendo prejudicial ao município de Petrolina.

De acordo com Gonzaga Patriota, essas reuniões são extremamente produtivas, pois através delas, ele pode ouvir, discutir e colher sugestões dos resultados do processo eleitoral encerrado em 07 de outubro.

Ainda de acordo com o parlamentar, no próximo mês de dezembro, outras reuniões irão acontecer, dessa vez nos municípios de Salgueiro e Sertânia, com o objetivo de fazer um balanço sobre as eleições nesses municípios.

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

Duas gerações



Meus amigos (as), nesta tarde de hoje (17NOV), as 16h28min, aniversário do meu filho Alesson Patricio, 16 anos e que deve estar em algum local desta cidade de Petrolina, junto de seus amigos buscando marcar esta data, o que também mim fez trazer algumas lembranças de nossa importância dentro da sociedade em que vivemos; um dia também completei 16 anos e tento fazer um comparativo do que hoje meu filho representa e do que representamos quando tínhamos 16 anos.

Imagino que a geração do meu filho vive num mundo onde poucos conhecem o contato físico, onde pouco se existe sentimentos, compartilham amigos online e vivem um tempo em que tudo se tornou mais fácil, desde o conhecimento até a forma de se viver em comunidade, ou mesmo a sexualidade frágil e fácil, onde conceitos como homem e mulher que ficam cada vez mais difícil de se entender ou de explicar.

A minha geração, que completou 16 anos no inicio dos anos 90 vivia cada dia como se fosse o máximo, não se conhecia ou pouco se tinha acesso a informações, quando queríamos buscar conhecimentos se debruçávamos por cima de livros e dali tirava as conclusões do aprendizado adquirido após a leitura, quando íamos a escola, sabíamos que éramos obrigados a estudar se quiséssemos ocupar um espaço melhor, mais mesmo assim, depois de tantos conhecimentos adquiridos, deparávamos com a situação de que muitos por falta de oportunidade financeira deixaram todo seu potencial escapar por entre os dedos, pois as universidades se localizavam nas capitais e assim dificultava o acesso de muitos.

Hoje esta geração atual, tem universidade na porta de casa e o conhecimento a disposição de um simples toque na tela do Tablets, Notebooks, Netbooks ou computadores fixos que acessam a internet e que estes contem o maior banco de dados como nunca se viu e que ainda a muito a se desenvolver nesta área e ainda iremos ficar ainda mais abismados com as evoluções que estão por vir.

Mais o que mais mim intriga é saber que esta geração com todas estas ferramentas de conhecimentos a disposição e com todo este “aparato” de universidade públicas estaduais e federais e particulares a porta de suas casas, pouco se interessam ou demonstram interesses de buscar o seu espaço, os poucos que conseguem enxergar esta fortuna ao seu dispor vencem os obstáculos e ocupam espaços que estão ai esperando os melhores.
Mais preocupante ainda é que nesta mesma idade de 16 anos, passamos a ter em nossas mãos o poder de voto, e fica a pergunta, o que podemos esperar da geração que se segue nestes próximos 20 anos no âmbito da política brasileira.

Com isto, espero pelo menos, trazer a luz de nós que fomos adolescentes, que um dia fizemos 16 anos, que possamos falar, falar e falar quantas vezes forem necessários aos nossos filhos o quanto eles são importantes para implementação de mudanças nas estruturas sociais nas comunidades em que vivemos, sempre falo para meus filhos, ”antes de criticar, busque identificar o que você contribuiu para ajudar a fazer a mudança?”

Fiquem com Deus, abraços a todos meus amigos que pararam para refletir e que puderem responder a todos, o que acham desta geração e o que podemos fazer para contribuir com as mudanças?  

ROBSON PATRICIO.