Brasília - Em pronunciamento no plenário do Senado, o senador
Armando Monteiro (PTB-PE) afirmou que o Brasil só poderá ter futuro
entre os países mais prósperos no terceiro milênio se tiver a coragem de
avaliar os resultados das políticas públicas de incentivo à ciência,
tecnologia e inovação. O senador usou dados do escritório americano de
patentes (USPTO, sigla em inglês) para mostrar como o Brasil está
atrasado no setor.
- Na vida das pessoas, assim como na das sociedades, aquilo que somos
hoje reflete as escolhas que fizemos e também as que não fizemos ontem –
disse.
Os dados citados pelo senador foram divulgados em artigo do professor
Roberto Nicolsky. Segundo o parlamentar, ainda que as patentes não
englobem todas as variedades de inovação tecnológica, há uma correlação
direta entre elas. Para o professor que escreveu o artigo, a estatística
de patentes é a única maneira possível de mensurar as inovações
tecnológicas.
O senador informou que o Brasil está em 28º lugar entre os países do
mundo, com 196 patentes em 2012 e uma taxa de crescimento anual inferior
a 6%, muito aquém de outros países dos Brics (grupo que reúne Brasil,
Rússia, Índia, China e África do Sul). Os números, na sua opinião,
mostram que o Brasil se distancia cada vez mais dos países mais
dinâmicos, cuja estratégia de desenvolvimento se baseia na agregação
permanente de inovações.
Apesar do resultado negativo, o Armando Monteiro chamou a atenção
para um segmento que se destaca positivamente do baixo desempenho geral:
os medicamentos e seus princípios ativos. Segundo o senador, o
resultado decorre da política de encomendas do governo para abastecer o
Sistema Único de Saúde (SUS).
- Eis um exemplo de colaboração criativa entre os setores público e
privado que merece ser estendido a outros setores da indústria –
sugeriu.
Crédito da foto: Ana Luiza Sousa/divulgação