terça-feira, 22 de maio de 2012

João Paulo pressiona a cúpula

O tempo do PT se esgotou e uma decisão da executiva nacional tem que ser tomada de todo jeito até quinta-feira (24) a respeito da prévia do Recife. Este é o pensamento do deputado federal João Paulo. Na visão do parlamentar, antecessor de João da Costa na PCR, os episódios recentes – incluindo a polêmica lista de votantes e a guerra de liminares – comprometeram de forma nunca vista o processo de disputa interna no partido. E que não há outro caminho para a instância máxima petista a não ser a não homologação da primária. “Não vamos aceitar que a nacional legitime esse encontro”, avisou.

“O que comprometeu o processo foi o fato do regimento interno não ter sido cumprido, de ter havido a inclusão de listas adulteradas e a judicialização de uma disputa interna, algo que nunca aconteceu antes”, argumentou João Paulo, que prosseguiu: “Isso já foi reconhecido pelo representante da nacional, que não homologou o resultado. E a tendência é que esse encontro realmente não seja legitimado. Se decidirem homologar, está claro que não vai ter o apoio meu, de Humberto (Costa) e de (Maurício) Rands. Não aceitamos que a nacional legitime esse encontro”.

O ex-prefeito diz não existir mais clima nem tempo para a organização de uma outra primária ou mesmo para uma reunião entre as partes – “o ambiente interno não é favorável a um encontro” – e lembrou uma decisão do PT intervir nos municípios com mais de 200 mil habitantes quando não existir entendimento – tal resolução foi aprovada semana passada, em reunião do diretório nacional realizada em Porto Alegre.

NO PALÁCIO
Um dia após a prévia que sangrou ainda mais o PT, o senador Humberto Costa esteve no Palácio do Campo das Princesas para conversar com o governador Eduardo Campos (PSB). Embora o petista negue que o assunto da conversa tenha sido a questão petista – “conversamos sobre o quadro eleitoral do Estado, inclusive o Recife” –, Humberto afirmou que o governador lhe garantiu que vai aguardar a posição do PT e que “vai trabalhar para que a unidade seja mantida”.

Já em Brasília, onde falou por telefone com o JC, o senador disse que não discutirá sobre hipóteses, quando questionado que decisão ele esperava da executiva nacional petista. No entanto, seguiu uma linha de pensamento semelhante à de João Paulo: “Não acredito que a nacional vai homologar um processo (de prévia) irregular como este, por isso não acho que João da Costa seja declarado o vencedor”, disse.

Fonte Jornal do Comércio

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