quinta-feira, 21 de abril de 2011

O Brasil defende sua indústria e seus produtores, diz ministro Fernando Pimentel

O ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, afirmou nesta quarta-feira (20/4), durante o programa “Bom Dia, Ministro”, que as relações comerciais entre o Brasil e a China avançaram em diversos pontos em decorrência da visita de Estado da presidenta Dilma Rousseff e comitiva de empresários ao país asiático na semana passada. De acordo com ele, a viagem permitiu que pontos antes “travados” fossem solucionados e citou como exemplo a venda de carne suína aos chineses.
“Conseguimos destravar, vamos usar esse termo, o comércio entre Brasil e China. O comércio entre Brasil e China existe, é poderoso. Hoje o principal parceiro comercial do Brasil é a China, mas ele estava travado em alguns pontos. Vou dar um exemplo: o Brasil é um grande produtor de carne suína, já exporta para o mundo inteiro, mas não havia exportação para a China. Isso foi liberado agora e já temos três frigoríficos autorizados”, disse o ministro.
Fernando Pimentel destacou ainda a atração de investimentos chineses e informou que o governo trabalha para que a China, associada a empresas brasileiras, produza aqui produtos que atualmente o Brasil importa de lá. Sobre a criação de 100 mil postos de trabalho anunciados pela empresa Foxconn, que pretende investir US$ 12 bilhões no Brasil em cinco anos, o ministro afirmou que, apesar das dúvidas levantadas pelo mercado, é possível gerar essa quantidade de empregos. Segundo ele, “não serão 100 mil empregos da noite para o dia, mas é perfeitamente possível que a empresa confirme o plano”.

Defesa da indústria nacional – Fernando Pimentel informou que o Brasil está atento para defender a indústria nacional de qualquer concorrência desleal e de práticas comerciais abusivas – ‘não especificamente para produtos chineses’ – e citou como exemplo duas práticas que podem ser adotadas nesse sentido. A primeira, já bastante praticada pelo país, é o direito antidumping, que consiste em taxar produtos importados que estão sendo vendidos no Brasil abaixo do preço praticado no país de origem.
A outra forma, mais severa, segundo Pimentel, é salvaguarda provisória, que nenhum país do mundo praticou até agora. A prática implica na sobretaxação genérica de todos os produtos fabricados por um setor. Apesar de haver alguns pedidos na Confederação Nacional da Indústria (CNI) de setores específicos, o Brasil ainda não possui nenhum processo de salvaguarda aberto, informou ele.
“O Brasil defende sua indústria e defende seus produtores. Infelizmente nem sempre isso dá resultado. Nós continuamos atentos a essa questão [da concorrência desleal] e usando de todos os recursos que a lei permite, para defender a nossa indústria e o nosso produtor”, frisou.
Durante a entrevista, Pimentel enfatizou que o Brasil deve continuar enfrentando a valorização do real, que tem acarretado na perda de competitividade de produtos manufaturados brasileiros, especialmente para a China. Ele considera que a situação cambial é consequência da desvalorização do dólar e efeito da forte da atração de investimentos estrangeiros para o Brasil. Ele afirmou ainda que a situação cambial preocupa a indústria nacional e que a desvalorização do dólar não precisaria estar no atual patamar. Segundo ele, o governo não pode mudar a situação com um “passe de mágica”, mas insistiu que o Ministério da Fazenda adotará todas as medidas necessárias para conter a valorização do real.

Fernando Pimentel contou também sobre o programa empreendedor individual que tem permitido que trabalhadores venham para o mercado formal. Segundo o ministro, a uma série de vantagens como a contribuição para a previdência oficial reduzida – uma medida provisória baixo a alíquota de 11% para 5% – e assegura ao cidadão acesso aos benefícios da previdência, como aposentadoria, auxílio-doença ou salário-maternidade.

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