sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Orçamento 2012 apresenta dados inflados do crescimento da economia

Estado de Minas - Mínimo estica e vai a R$ 619 »

Com reajuste de 13,61%, piso salarial previsto na proposta de orçamento federal de 2012 é quase R$ 6 maior que o valor estimado em abril e representa despesa extra de R$ 22,7 bi

Tiago Pariz
Victor Martins
 
Com uma fatura pesada do aumento do salário mínimo, o primeiro orçamento elaborado pela presidente Dilma Rousseff – para 2012 – apresenta dados inflados sobre o crescimento da economia, é contraditório sobre o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) e dá sinais confusos sobre o real interesse do governo de colocar as contas em dia. Elaborado sob o comando da ministra do Planejamento, Miriam Belchior, o projeto encaminhado ontem ao Congresso, totalizando despesas de R$ 2,1 trilhões, fixou o salário mínimo em R$ 619,21 a partir de janeiro de 2012, o que representará aumento de 13,6% em relação aos atuais R$ 545, seguindo regras já definidas.No projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviado em abril ao Congresso, o governo propunha uma correção menor para o salário mínimo, que levaria o piso para R$ 613,34.
 
O percentual do reajuste é calculado com base na variação do Produto Interno Bruto (PIB) de 2010, de 7,49%, mais o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) deste ano, previsto para ficar em 6,11%. O aumento de R$ 74,21 no valor do piso nacional representa um peso extra de R$ 22,7 bilhões para os cofres públicos. O Orçamento mostra ainda que os rescaldos da decisão do governo Lula de acelerar os gastos públicos em ano de campanha continuam a impor obstáculos na tentativa de "arrumar a casa". A peça prevê um crescimento das despesas de 9,8%, ritmo mais acelerado do que os 8,9% de receita.

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