domingo, 25 de setembro de 2011

O profissional brasileiro de TI no exterior

O segmento de Tecnologia da Informação não para de crescer. Das grandes multinacionais a pequenas empresas, a presença dos atuantes na área é cada vez mais requisitada. A economia mais sólida do Brasil nos tornou uma nação emergente e profissionais de TI ganham evidência no mundo. Este cenário faz com que a demanda de especialistas brasileiros no exterior aumente a cada dia.

Uma pesquisa realizada pela Impacta Tecnologia junto a 150 grandes empresas dos setores de Infraestrutura, Informática, Finanças, Indústria e Comércio, detectou que 37% das organizações consultadas perderam pelo menos 20 funcionários para empresas estrangeiras nos últimos anos.

Mas o que leva o profissional brasileiro a querer trabalhar fora? O currículo deste profissional fica mais valorizado no mercado, dentro e fora do país. Existe também o componente emocional que é a realização de trabalhar no exterior. Almejar o desenvolvimento das atividades em outro território não é único dos profissionais de TI, porém, o cenário atual para que isto aconteça é mais favorável do que para outras áreas de atuação. “Mesmo com as empresas brasileiras oferecendo salários cada vez melhores, atuar fora é vantajoso pela experiência profissional e de vida que o indivíduo irá ter. Então, quando voltar do exterior, mesmo que tenha a mesma bagagem técnica do que o profissional que continuou trabalhando no Brasil, será muito mais valorizado por se entender que atuar no exterior o deixou melhor preparado”, opina Marcelo Ribeiro, diretor de Tecnologia da Informação da Catho Online.

O método de gestão de um projeto nos Estados Unidos é bem distinto de um existente no México, por exemplo. Trabalhar em diferentes situações agrega ao perfil profissional, e estimula a flexibilidade para as atividades rotineiras. Para Ribeiro, o profissional brasileiro tem mais garra em enfrentar desafios e busca solucioná-los com iniciativa, se envolvendo em processos que teoricamente a sua função não exigiria, sempre com postura positiva para resolver.

O avanço do mercado nacional possibilitou que os profissionais se desenvolvessem com mais afinco. O crescimento interno passou a exigir pessoas melhor qualificadas e, desta forma, fez com que buscassem especialização.  “Existem muitos projetos no mercado mundial que são direcionados para serem executados em solo brasileiro. Isto também faz com que os profissionais daqui sejam mais valorizados perante a concorrência e ganhem destaque no segmento”, conta Fábio Sá, sócio-diretor da I9 Tecnologia e Inovação Empresarial. Ainda para Sá, hoje, o Brasil tem boas instituições de ensino que fazem frente às de grandes potências como EUA e países europeus.

O idioma, assim como em outras áreas, é um desafio para a área de TI. O domínio do inglês e do espanhol, apesar dos requisitos do segmento, ainda não é algo tão fácil de encontrar. A dificuldade na língua estrangeira pode ser considerada uma barreira de crescimento. Uma grande tendência é que as instituições de ensino fixem aulas desta natureza em suas grades curriculares para suprir esta necessidade. “Buscamos pessoas que têm fluência em pelo menos um dos dois idiomas, mas também capacitamos nossos colaboradores com aulas particulares”, comenta Fábio.

Retenção de talentos

Com este fenômeno, a grande preocupação das empresas do setor é apresentar uma realidade equivalente, ou melhor, para que estes profissionais permaneçam em solo brasileiro. “Há pouco tempo perdemos uma profissional para o mercado americano. Ela se encantou com o que viu e acabou se instalando por lá”, relata Fábio.

Para ele, uma das maneiras de reter esses talentos é fazer com que o mesmo atrativo que buscam em outros países, seja encontrado no Brasil. “É mostrar que os projetos nativos são tão desafiadores e grandes quanto os de fora. É preciso executar um trabalho forte de motivação”, completa.

Fonte: Portal Carreira & Sucesso

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