sábado, 17 de setembro de 2011

Unidos até que as urnas os separem

Na abertura do fórum do PMDB, Dilma e caciques do partido trocam afagos, mas peemedebistas não poupam críticas aos petistas
» Paulo de Tarso Lyra
» Denide Rothenburg
» Karla Correia
Especial para o Correio
 
Um dia depois de demitir mais um ministro do PMDB envolvido em denúncias de corrupção e reclamar que o partido quis lhe transferir a responsabilidade de indicar o substituto de Pedro Novais no Turismo, a presidente Dilma Rousseff aproveitou o fórum do PMDB sobre as eleições de 2012 para declarar amor ao partido. ―O PMDB é um parceiro fundamental em nosso governo e eu só tenho a agradecer pela relação profícua que tenho com meu vice-presidente, Michel Temer‖, afirmou, num discurso de 27 minutos, o mais longo do fórum. Foi aplaudida 12 vezes.
 
Os afagos, entretanto, são pragmáticos. O Palácio do Planalto sabe que precisa do PMDB pela força política da legenda, no Congresso e nos municípios. Por seu lado, o PMDB poupou Dilma, mas centra seus ataques no PT. No mesmo fórum onde recebeu elogios, avisou que as eleições de 2012 serão uma guerra e projetou aumentar ainda mais o número de vereadores e prefeitos para preparar o partido para 2014. ―Quando, quiçá, teremos candidato próprio a presidente da República‖, disse o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO).
 
Dilma fez a sua parte para não alimentar ainda mais a crise política PT-PMDB. Chegou ao encontro em companhia do vice, Michel Temer. Enalteceu que as quatro bandeiras levantadas pelo partido no fórum de ontem — educação, saúde, segurança e meio ambiente — são essenciais também em seu governo. Agradeceu o empenho e a fidelidade do partido nas votações no Congresso, abstraindo o fato de em algumas matérias, como o Código Florestal, o PMDB militar em um campo diverso do defendido pelo Planalto. ―O PMDB sempre é leal quando estão em jogo os interesses do país‖, completou Dilma.

Fonte: Correio Braziliense

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