segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Fogo Cruzado - João Paulo voltará a falar grosso na FP

Discreto e cauteloso, por formação, o deputado João Paulo ainda não confirma sua filiação ao Partido Verde. Ele admite ter-se encontrado, em Brasília, com o presidente nacional da legenda, Luiz Paulo Penna, para uma conversa preliminar sobre a eleição do Recife, que não foi conclusiva. Mas ainda está no aguardo de uma resposta do PT sobre se o quer ou não como candidato. Ele está em 1º lugar em todas as pesquisas e o PT tem até 6 de outubro para dar-lhe uma resposta, que será "não".

Consumada essa rejeição, pois, conforme o secretário municipal do turismo, André Campos, o prefeito João da Costa será candidato à reeleição, "para ganhar ou para perder", João Paulo estará liberado para seguir o seu caminho. Ele já preparou a cabeça para deixar o PT e sua única preocupação, agora, é manter uma relação de confiança com o governador Eduardo Campos, com quem voltou a trocar figurinhas após um período de distanciamento. Hoje, diz, a relação entre ambos "está ótima". Penna ofereceu-lhe o comando do PV e será por esse partido que ele se recandidatará. Sua saída do PT, caso venha a confirmar-se, terá ampla repercussão no país porque não se trata de um deputado qualquer. E sim do maior líder popular da capital pernambucana. Por causa dos muitos erros que cometeu desde que deixou a prefeitura, em 2009, João Paulo perdeu influência no PT e a vaga de senador, que caiu no colo de Humberto Costa. Mas, no PV, voltará a falar grosso dentro da Frente Popular.

O cansaço - Com ou sem a unidade das oposições, Raul Jungmann (PPS) será candidato a prefeito do Recife porque preparou a cabeça para isto e está envolvido neste projeto desde que deixou a Câmara Fede­ral. Ele optou pela volta a PE, garante, porque estava cansado de Brasília.

O flagra - Mozart Sales, ex-vereador no Recife e chefe de gabinete do ministro Alexandre Padilha, já vinha desconfiado de que João Paulo iria para o PV porque o encontrou duas vezes, em Brasília, reunido com o deputado federal Luiz Paulo Penna, presidente nacional do partido.

A traição - A filiação de João Paulo ao PV fará com a que campanha do Recife, no próximo ano, seja fortemente carregada por denúncias de "traição". Partidários do ex-prefeito vão tentar carimbar João da Costa como "traidor", que deverá revidar no mesmo tom dizendo que quem "traiu" o PT e o apunhalou pelas costas foi João Paulo, movido apenas um "projeto pessoal".

Mão dupla - Eduardo Campos foi recepcionado ontem em Surubim por líderes políticos de todos os grupos: o prefeito Flávio Nóbrega (PT), o deputado Danilo Cabral (PSB) e seguidores dos irmãos Humberto e Geraldo Barbosa (ex-PFL). Lá se costura um acordo político para fazer do ex-deputado Adalberto Farias o próximo prefeito e, do atual prefeito, deputado estadual.

Sem ânimo - Raul Hen­ry (PMDB) confessou a amigos do Recife que desta vez está pouco motivado para disputar a prefeitura da capital. Quem o quer na disputa é o presidente do partido Valdir Raupp. Animado esteve em 2008, quando, junto com Mendonça, obteve 40% dos votos.

A atenção - Por estar com a cabeça voltada para o governo, Eduardo Campos dedica muito pouco tempo ao fortalecimento do PSB estadual. Já Pedro Eugênio (PT), Armando Monteiro (PTB) e Inocêncio Oliveira (PR) estão 100% dedicados ao fortalecimento dos seus partidos.

Fonte Portal do Senado/ Folha de Pernambuco/ Blog Inaldo Sampaio

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