quarta-feira, 14 de setembro de 2011

O Rio São Francisco e o Lago Paranoá, se contrastam

O milagre do Egito é o Rio Nilo. O milagre do nordeste brasileiro é o Rio São Francisco, com 2.830 quilômetros de extensão, sai do sudeste e desce subindo para o nordeste brasileiro, com destino a Alagoas, cortando os estados da Bahia, de Pernambuco, de Sergipe, até chegar ao Oceano Atlântico, em Alagoas. É a vida e o mais importante curso d´água do Nordeste do Brasil. O Rio São Francisco atravessa regiões com condições naturais das mais diversas e tem cinco usinas hidroelétricas, ajudando no abastecimento do país.


Apresenta dois estirões navegáveis: o médio, com 1.371 kms de extensão, entre Pirapora (MG) e Juazeiro (BA) e Petrolina (PE); e o baixo, com 208 km, entre Piranhas (AL) e a foz, no Oceano Atlântico. O transporte fluvial no Velho Chico, como carinhosamente é chamado pelos ribeirinhos, é outra coisa que hoje enfrenta muitas dificuldades, apresentando condições bastante distintas, entre o período de estiagem e o de chei.


A transposição do Rio São Francisco se refere ao polêmico e antigo projeto de transpor parte das suas águas, para regiões sem curso de água. Esse Projeto atualmente está batizado como a Integração do Rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional, orçado atualmente em quase cinco bilhões de reais, que prevê a construção de dois canais que totalizam 700 quilômetros de extensão e atingitrá os Estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, com água para o consumo humano e animal e pequenas irrigações nesses Estados.


Pois bem, esse importante rio que é a vida do Nordeste do Brasil há mais de 500 anos, está morrendo, assoreado, praticamente inavegável e sem qualquer política governamental de revitalização. Não existe praticamente nenhum recurso para o Comitê do Rio São Francisco cuidar da sua vida.


Enquanto isso, em Brasília, temos o Lago Paranoá com 40 km de extensão, que é a vida do Distrito Federal. Esse lago – a vida de Brasília – repito, era até 1990, uma vergonha. Fauna morta, poluído, água podre, dava a vida, mas não tinha mais vida. Hoje, depois de uma política de despoluição, desassoreamento e de cuidado com as suas nascentes, o quadro é outro. Suas águas estão recebendo banhistas em suas belas praias em pleno serrado do centro-oeste. Podendo, inclusive, atender o consumo humano da Capital da República. E porque não fazem o mesmo com o nosso querido rio da Unidade Nacional, o São Francisco. É falta de vontade! Não fazem porque não querem! Tem dinheiro para muitas coisas!

GONZAGA PATRIOTA, Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista, Pós-Graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil pela Universidade Federal da Argentina.

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