quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Pesquisa sobre Álcool e Trânsito é objeto de debate

Se beber não dirija, conduza bicicleta ou motocicleta e fique atento ao atravessar vias de grande fluxo a pé. Estas são algumas das principais conclusões do estudo “Consumo de Álcool e os acidentes de trânsito”, capitaneada pelo Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip), em parceria com o Centro de Prevenção às Dependências (CPD), apresentada na manhã de terça-feira (20) na Escola Pública de Trânsito (EPT), na sede do Detran-PE.
A pesquisa, patrocinada pelo Ministério da Saúde e Prefeitura do Recife, foi apresentada por Ana Glória Melcop e pelo superintendente do Imip, Gilliatt Falbo, para o público em geral e para profissionais ligados à área de trânsito. Realizada em 2009 em cinco capitais brasileiras (Recife, Fortaleza, Manaus, Curitiba e São Paulo), o estudo analisou 1.248 vítimas e se aprofundou na relação entre vítimas de acidentes de trânsito e a ingestão de álcool.
De acordo com, Ana Glória Melcop, coordenadora do estudo, o álcool é presente em todos os tipos de vítimas. "A Lei Seca está correta em punir severamente os motoristas que dirigem com determinado nível de alcoolemia. Entretanto, é necessário considerar os outros atores do trânsito - pedestres, ciclistas e passageiros - que, sob efeito do álcool, arriscam igualmente as suas vidas nas vias públicas”, ressalta a coordenadora.
Segundo o estudo, 26% dos pesquisados havia consumido álcool e a gravidade do acidente também tem relação direta com a quantidade da substância que foi ingerida. No Nordeste, a principal incidência de vítimas encontra-se nos atropelamentos e verificou-se estes têm maior gravidade em vias mais larga e com maiores fluxos de veículos e velocidade. No quadro geral, o consumo de álcool aumenta e cinco vezes a gravidade do acidente ou as chances de morte.
Em relação aos motociclistas, boa parte deles estava a serviço, possuem relações de trabalho precárias (sem vínculo empregatício) e os veículos apresentam más-condições de conservação. “Isso demonstra que a sociedade, que exige a entrega imediata de medicamentos ou alimentos através de motofretistas, também deve se sensibilizar para a questão”, explica Ana Glória.

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