quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Planalto cobra explicações de Novais

Ministério Público Federal vai analisar caso de empregada do ministro do Turismo que foi paga com verba pública por sete anos
 
O ministro Pedro Novais está novamente enrolado em um episódio de uso privado de recursos públicos. Depois de ser questionado por bancar as despesas em um motel com verba da Câmara em 2010, ele agora tem de responder ao Planalto e ao Ministério Público Federal pelo pagamento de uma governanta, por sete anos, também com dinheiro do Congresso.
 
Antes de chegar ao Ministério do Turismo por indicação do presidente do Senado, JOSÉ SARNEY (PMDB-AP), Novais era deputado federal pelo PMDB do Maranhão. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, entre 2003 a 2010 ele pagou, de forma irregular, o salário da governanta de seu apartamento em Brasília como se ela fosse sua secretária parlamentar na Câmara.
 
A reportagem afirma que a empregada Doralice Bento de Sousa, 49 anos, em vez de dar expediente no gabinete de Novais ou no escritório político do Estado de origem, fazia tarefas para Novais: cozinhava, organizava a casa e chefiava a faxina das diaristas.
 
Dora foi exonerada em janeiro, quando Novais foi nomeado ministro. Em seguida, segundo a reportagem, ela passou a trabalhar em um escritório do ministério. A denúncia, divulgada ontem, causou constrangimentos ao governo.
A ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) afirmou que o colega deve prestar esclarecimentos sobre o caso. Segundo Ideli, a postura adotada pela presidente Dilma Rousseff de cobrar explicações de ministros sob suspeita tem sido sempre a mesma:
– Novais deve responder. O comportamento da presidente tem sido o mesmo: que preste todos os esclarecimentos, que tome providências. O modelo é o mesmo.
 
O líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), também acha que o colega tem de dar explicações. A oposição pediu investigações contra o ministro, e a vice-presidente da Câmara, Rose de Freitas (PMDB-ES), defendeu a saída dele da pasta. Novais corre o risco de perder a cadeira desde que a Polícia Federal revelou irregularidades em convênios com ONGs. Em 2010, o então deputado Novais usou R$ 2,1 mil da cota parlamentar para pagar despesas de motel em São Luís, no Maranhão.
 
Diante da polêmica da governanta, o Ministério Público Federal decidiu analisar os pagamentos. O MP já denunciou outros dois deputados que foram acusados, em 2009, de pagarem suas empregadas domésticas com dinheiro público. A Justiça acolheu a denúncia e tornou os hoje ex-deputados Alberto Fraga e Osório Adriano réus por improbidade.

Fonte Zero Hora

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