BRASÍLIA (Folhapress) - Em reunião marcada por duros ataques ao PMDB, o PT decidiu ontem escancarar a política de alianças para as eleições municipais de 2012. Além dos partidos que apoiam o governo Dilma, resolução aprovada no encerramento do 4º congresso do partido abre brecha para coligações com o PSD, do prefeito Gilberto Kassab. O documento não descarta nem mesmo a possibilidade de petistas dividirem palanque com os oposicionistas PSDB, DEM e PPS.
O partido rejeitou proposta do diretório de Minas Gerais que barrava alianças com rivais no plano federal. O texto aprovado só diz que os adversários do PT ―serão as agremiações que representam o bloco conservador‘‘, citando as três siglas. Alas da esquerda petista propuseram limitar a participação do PMDB nas chapas. Prevaleceu a tese de que, independemente das alianças, é o PT que detém as rédeas do governo.
―Não considero o PMDB comprometido com os direitos dos trabalhadores. Algum delegado aqui se orgulha de o Michel Temer ser vice-presidente?‘‘, disse Júlio Turra, da tendência Trabalho, Terra e Soberania. ―Michel Temer não é do PT. Portanto, é apenas um aliado. E é um aliado importante‘‘, reagiu o vice-presidente do PT, deputado José Guimarães (CE), a quem também coube defender a aliança com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
A cúpula do partido insistiu na tese de que o PMDB é uma ferramenta para a manutenção do projeto petista. ―O PT não se dilui nas coligações. Mantém a hegemonia dos processos‘‗, disse o presidente do partido, Rui Falcão.
―O importante não é simplesmente quem compõe a aliança, mas quem hegemoniza essa aliança, a quem a ação do governo está subordinada‘‘, endossou o líder da legenda no Senado, Humberto Costa. O líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), comemorou o fato de os petistas terem deixado, pela primeira vez, de explicitar a preferência por alianças com ―partidos de centro-esquerda‘‘.
Para o senador Jorge Viana (PT-AC), porém, o PT precisa prestar atenção no ―caráter híbrido‖ do PSD de Kassab. ―O PSD quer ocupar um espaço que sempre foi do PSDB, que é o de ficar em cima do muro. Mas quem fica no muro corre risco de se cortar com caco de vidro‖, provocou Viana.
Fonte Folha de PE
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