Recentemente eu participei deu ma palestra com o presidente para a América Latina de uma das mais importantes consultorias de gestão de pessoas dos Estados Unidos, presente no Brasil há mais de 20 anos. O que me chamou a atenção foi a preocupação do executivo com a falta de investimentos em qualidade de pessoal no Brasil. Um problema, aliás, que preocupa também a Presidente Dilma Rousseff, que vem tomando medidas urgentes para melhorara capacidade de trabalho do País a fim de suportar o crescimento dos próximos cinco anos.
Hoje existe uma alta demanda por novas contratações que não é atendida, pois não há pessoas com qualificação mínima para garantir 5% de crescimento ao ano nos próximos cinco anos no Brasil. Faltam executivos com experiência diversificada, ou seja, com conhecimento
de outras realidades. Além disso, há um alto grau de turnover de executivos, que chega próximo de 15%. Essa situação é ainda mais prejudicial, pois gera atraso nos projetos, reduz
a velocidade da produtividade empresarial e aumenta os custos dos processos. Entretanto, o principal problema está na imaturidade das empresas em se relacionarem com seus colaboradores. Sobretudo porque estamos na era da experiência e do relacionamento. Os executivos hoje passam 85% do tempo se relacionando com fornecedores, clientes e colaboradores; nos outros 15% eles, no máximo, discutem a operação com suas equipes de gerência e analistas, mais focados na operação.
Só que os executivos não estão treinados para isso, já que saber se relacionar é uma habilidade que não se aprende em nenhuma escola atualmente. É a falta dessa competência que gera conflitos. Isso é conseqüência do mundo conectado, em que todos têm acesso às informações.
Nesse contexto, o diferencial fica na capacidade de trabalhar as informações positivamente e de maneira eficaz. No ambiente corporativo, o acesso irrestrito a todo tipo de informação vem gerando mudanças constantes, o que provoca incertezas e uma sensação de que tudo pode mudar instantaneamente. Mesmo os colaboradores estão mais voláteis. Estudos revelam que 58% dos profissionais com até 34 anos gostariam de ficar na empresa em que trabalham menos de três anos e esse número aumenta para 61% na faixa até 28 anos. Esse é o cenário da geração que foi criada para mudar, está mais exposta ao que acontece no mundo e prefere relações mais voláteis.
Por isso, para minimizar as conseqüências dessas mutações, é preciso que as empresas se adaptem e adquiram inteligência emocional para lidar com sentimentos que esses movimentos provocam. Hoje as empresas não estão maduras para tratar das rupturas. É preciso parar de esconder ou negar as emoções.
A empresa tem que saber lidar com elas e, se possível, revertê-las a seu favor. Esse posicionamento mais maduro pode evitar traumas, desligamentos custosos e pouca eficiência
da equipe que permanece, além de diminuir o tempo da retomada da produtividade após uma transição. Isso é o que chamamos de transição bem trabalhada.
Por DTComWeb

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