domingo, 5 de junho de 2011

Novo comandante dos Bombeiros diz que não faria nada diferente de seu antecessor

O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, coronel Sérgio Simões, disse ao R7 que não teria feito nada diferente do coronel Pedro Machado, ex-comandante da corporação, que foi exonerado do cargo no sábado (4), após manifestação de bombeiros no Quartel Central, no centro da capital fluminense. Durante o anúncio da troca de comando, o governador Sérgio Cabral criticou a postura e a falta de pulso do coronel Pedro Machado.

- O descontrole hierárquico me obrigou a fazer essas mudanças. Mas agradeço ao coronel Pedro Machado pelo trabalho que desempenhou no Corpo de Bombeiros do Rio. 

O coronel Simões elogiou o trabalho do ex-comandante da corporação e disse que era impossível controlar um protesto como o ocorrido na noite de sexta-feira (3).

- Eu não teria feito nada diferente. Ele tomou todas as atitudes que deveriam ser tomadas, mas era impossível controlar um movimento desta ordem, neste nível de orquestração. Nenhuma observação sobre o coronel Pedro. Ele foi um dos comandantes mais respeitados da corporação. 

O principal desafio para o novo comandante será manter as tradições do Corpo de Bombeiros que, segundo ele, é o mais equipado do Brasil.

- O grande desafio agora é manter as tradições da corporação, de bem atender a população, o que é muito diferente deste episódio triste, que a gente passou no dia de ontem (sexta-feira). É importante afastar do Corpo de Bombeiros essas pessoas que levaram a estes acontecimentos e retomar o caminho tradicional da corporação.

Em relação ao reajuste salarial exigido pelos bombeiros, o coronel Simões disse que este é um assunto tratado diretamente com o governador.

- Já existe um plano de reajuste salarial que está em vigor e que vai aumentando a cada mês.

O novo comandante do Corpo de Bombeiros do Rio não soube informar quando tomará posse, mas acredita que ocupará efetivamente o cargo no início desta semana.

Invasão da PM

Policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiram na manhã de sábado o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, na praça da República, centro do Rio. Mais de 2.000 bombeiros ocuparam o lugar em uma manifestação por melhores salários e condições de trabalho desde a noite de sexta-feira (3).

Os homens do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogênio para entrar no quartel. Crianças e mulheres tiveram intoxicação e ferimentos leves. Todos foram atendidos no posto no interior do quartel.

Os manifestantes presos deixaram o quartel em ônibus da Polícia Militar. Inicialmente, eles foram levados para a sede do Batalhão de Choque da PM, no centro do Rio. Depois, os bombeiros foram encaminhados para a Corregedoria da PM, em Neves, São Gonçalo, região metropolitana do Rio.

A manifestação dos bombeiros começou na tarde desta sexta-feira em frente à Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) e passou pelas principais ruas do centro do Rio. Mulheres e crianças acompanharam o protesto, que chegou ao Quartel Central por volta das 20h.

Os bombeiros reivindicam piso salarial líquido de R$ 2 mil e vale-transporte. Os manifestantes informaram que só iriam deixar o quartel depois de um acordo com o governador Sérgio Cabral.

Manifestações em maio

Os bombeiros realizaram durante o mês de maio uma série de manifestações e chegaram a entrar em greve. Com prisão decretada por serem considerados líderes das manifestações, o major Luís Sérgio, o capitão Alexandre Marchesini, o sargento Valdelei Duarte e o cabo Benevenuto se entregaram no QG (Quartel General) da corporação, no centro do Rio, no dia 17 de maio. De acordo com Valdelei, todos foram soltos três dias depois.

Em entrevista no dia 12 de maio, o governador Sérgio Cabral não se mostrou preocupado com as reivindicações dos bombeiros. Segundo Cabral, o movimento não afetaria o Estado e teria sido incitado e até mesmo financiado por políticos de oposição.

No último dia 25 de maio, os manifestantes se reuniram com o secretário de Planejamento do Estado, Sérgio Ruy. O encontro, porém, não resultou em novidades. A decisão do governo foi mantida e nenhum aumento à classe foi prometido fora do que já estava planejado. 
 

Informações do site R7

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