quinta-feira, 16 de junho de 2011

QUEREM APAGAR O PASSADO

Arnaldo Jabor condena Fernando Collor e José Sarney por defenderem o sigilo eterno de documentos oficiais. “Um dos momentos mais grossos que vi na política foi quando Collor, candidato (à Presidência), atacou o Sarney, que terminara o mandato. Collor, num discurso pra impressionar seus eleitores, como caçador de marajás, honesto, com aquilo roxo, desancou o Sarney de uma forma nunca vista. Chamou de tudo, de canalha, praticamente, a ponto de ficar com pena do Sarney. No entanto, hoje os dois se unem docemente no Senado contra a revelação dos documentos da história brasileira. Outro dia o Sarney já tinha ensaiado ocultar o impeachment (de Collor) de uma exposição também no Senado. Voltou atrás com o clamor público. Mas agora o inacreditável continua: a Câmara dos Deputados aprovou a revelação dos documentos históricos em prazos razoáveis, e nossos senadores desejam sigilo eterno. O que quer essa gente sem pudor? Por que querem esconder nosso passado recente? Há coisas a saber. Quem vai conhecer os detalhes da negociação que fez de Sarney o vice de Tancredo? O homem dos militares, que saiu da Arena pro PMDB e ainda virou presidente? Quem vai conhecer a inflação que os incompetentes deixaram subir até 2.300% em 1992, quando Collor saiu? Quem saberá da espantosa operação Uruguai, um dos maiores atentados à razão que já sofremos, na época do Collor? Eu não vou explicar porque não dá tempo, mas procurem no Google. Quem vai saber dos desmandos no Maranhão, da miséria que assola aquele estado há 50 anos? Quem vai saber do Convento das Mercês, que Sarney arrancou do estado e transformou em propriedade privada de sua memória? Em suma, querem apagar nosso passado e enganar nossos filhos no futuro...”, acusa o comentarista.

CBN

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