Hoje,
nós vamos conversar sobre o sertão chamado ‘ribeirinho’, aquele
que vai de Petrolina até Belém do São Francisco, os nossos
projetos que representam a nossa potencialidade, que precisam deixar
de ser potencialidade para se tornar uma realidade, numa unidade
produtiva. Isso é o que eu quero advertir sobre o que a gente tem
que conquistar. Não se conquista com uma pessoa só. Andorinha só
não faz verão. É preciso haver uma consciência, uma vontade, algo
que leve à prosperidade.
Fiz
uma viagem de observação de problemas da região. Passei na
Agrodam, passei no Vale, conversei com pessoas e procurei o
governador e disse-lhe: “- Governador, eu lhe trago uma boa ideia.
Ilhas. Todas as ilhas já estão energizadas, são drenadas. Algumas
delas, como a Ilha da Assunção tem uma ponte, tem ponte com a terra
firme, e 04 balsas a serviço de ilhas no Vale do São Francisco. Uma
a serviço da Ilha do Massangano, uma a serviço do Pico, uma a
serviço de Santa Maria da Boa Vista e uma a serviço de Belém. Uma
série de infraestruturas já está disponível para chegar à
produção, ao emprego, ao trabalho.” Essa ideia foi bem acatada
pelo governador que determinou o estudo e esses estudos foram
concluídos com orçamento.
Muito
me impressionou a empresa Agrodam, no município de Belém do São
Francisco, ela tem uma gestão muito boa, a melhor manga que chega na
Europa é dessa empresa. Sem estrada, uma dificuldade enorme para
sair ou para entrar. O empresário precisa de condições, o resto
ele faz. Tem que ser cobrado isso porque foi uma obra iniciada pelo
Governo do Estado. Quem está dormindo diante desse problema é o
Governo do Estado de Pernambuco. A gente precisa acordá-lo,
adverti-lo de que nós precisamos disso, porque estes projetos
representarão mais um Senador Nilo Coelho no Vale do São Francisco,
mais empregos, mais frutas, mais exportação, mais dólar e mais
bem-estar.
Precisamos
fazer a implantação da pavimentação de uma estrada vicinal na
Ilha Grande. A Ilha Grande tem uma extensão de 15 quilômetros, essa
obra, no governo de Jarbas, foi orçada em R$ 4 milhões e meio.
Depois, na Ilha da Várzea, 14 km, o custo da pavimentação é de R$
3 milhões. Vem a Ilha do Coqueiro, em Petrolina, são dois 2 km de
percurso, são necessários R$ 700 mil. Na Ilha do Pontal, em Lagoa
Grande, são 8 km de pavimentação que custará pouco mais de R$ 2,4
milhões. Na Ilha do Pico, nas Pedrinhas, são 4 km, custa pouco mais
de R$ 1 milhão.
Depois
tem a estrada Belém de São Francisco – Ibó, de estrada são 31
km, vai favorecer e impulsionar toda produção agrícola e das
ilhas. Essa estrada custaria R$ 14 milhões. E tem mais uma ponte,
que é importantíssima para a produção agrícola do Belém do São
Francisco, Abaré – Bahia. É uma ponte pequena, absolutamente
viável, já foi até estudada algum tempo. Então, é preciso
concluir os estudos e é preciso fazer. Com isso, a gente dinamiza a
economia do Vale de maneira forte, de maneira barata. Esses projetos
todos somados, no governo Jarbas custariam R$ 31 milhões.
Tem
dinheiro pra tanta coisa e não tem 30 ou 40 milhões para dinamizar
a economia aqui do Vale do São Francisco. Eu creio que tem uma
cegueira do Governo. O governo precisa acordar para essas coisas, não
pode transferir esse trabalho para diante, não. Isso é o que vai
gerar emprego para os nossos jovens que estão na Universidade, que
estão no IF-Sertão, que estão no Senai, que estão nas escolas.
Eles estão lá perguntando o que é que nós que temos intimidade
com o poder estamos fazendo para o futuro deles. Estamos chamando a
atenção do governo, porque o governo tem que fazer isso. Veja que
absurdo! Isso dormindo aqui há nove anos. Esse projeto é irmão
gêmeo da irrigação que o Governo Federal não fez durante nove
anos.
Se
somarmos isso ao projeto da Ilha de Assunção que tem a ponte, o
projeto foi feito por Jarbas, em determinado momento quando se falou
da transposição, os índios pediram a pavimentação que foi feita,
mas sem dar o efeito que queremos. Tem que haver uma ação do
governo junto a FUNAI, junto aos índios que lá se encontram, para
acertar uma convivência com empresários, para transformar aquela
grande unidade produtiva, que são cinco mil hectares cercados de
água por todos os lados, com uma ponte. Aquilo ali tem que ser muito
produtivo, o banco tem que financiar os índios e outros. O que não
está certo é jogar a responsabilidade no prefeito para fazer isso.
A obra é maior. O Governo do Estado deve criar condições que
favoreçam a presença de pavimentação na Ilha para gerar empregos.
Petrolina lança aqui, de uma hora para outra, loteamento de 6 mil
lotes, uma coisa fantástica. Se não houver a produção, as
unidades produtivas, as pessoas vão morar nesses lotes e trabalhar
onde? Como se justifica, a gente numa cidade dessas, ver a sua
potencialidade parada? Potencialidade é para ser dinamizada.
Por
Osvaldo Coelho
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