segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Cardeal da Igreja Católica participa de posse de Dilma

Ao ver as imagens deste inicio de semana da posse da nova Presidente Dilma, algo mim intrigou.

Durante toda a campanha de Dilma uma das articulações contra ela a que mais pesou pra que brasileiros opinassem por não votar foi a iniciativa de componentes da Igreja Católica em atacá-la por se dizer a favor do aborto e as ações foram recomendados pelo Papa, vejam umas das matérias publicadas na imprensa do Brasil na época:

"Uma gráfica no bairro do Cambuci, região sudeste da capital paulista, estava imprimindo, na manhã deste sábado, panfletos com um texto de um braço da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) contra o PT e a presidenciável Dilma Rousseff.


Segundo o contador da gráfica, Paulo Ogawa, a encomenda foi feita pela Diocese de Guarulhos (SP). Em julho, o bispo da cidade, d. Luiz Gonzaga Bergonzini, foi pivô de uma polêmica mobilização contra a petista.


Os papéis são idênticos aos distribuídos em Aparecida (SP) e Contagem (MG) no feriado do último dia 12, durante missas em homenagem ao Dia de Nossa Senhora Aparecida. Eles fazem um “apelo” para que os eleitores não votem em quem é a favor da descriminalização do aborto.


Ogawa, que é pai do dono da Pana Editora e Gráfica, afirma que um assessor do bispo, chamado Kelmon, encomendou a impressão de 2,1 milhões de panfletos –1 milhão no primeiro turno e 1,1 milhão no segundo."

Em política já se é uma constante a troca de opinião, mas a Igreja neste rumo! Autoridades que até então condenavam a atual Presidente, pelo motivo de dizerem que ela seria a favor do aborto, e assim a condenavam por tal atitude, porém em seu discurso de posse Dilma disse em suas palavras que será Presidenta de todos e assim deve ser; só não esperava que a mudança de opinião de representantes da igreja fosse tão rápida.

Durante toda a história do mundo vimos batalhas sangrentas, atitudes erradas e pessoas aniquiladas por intermédio de religiões; gênios como Galileu que teve sua vida interrompida e deixou de contribuir ainda mais com sua inteligência ao mundo.

Até onde devemos ouvir e atender os chamados da Igreja; o que poderíamos fazer para que pudéssemos saber quem tem boa ou má intenção em seus gestos ou atitudes.

É necessário que observemos uma nova tendência das religiões em torno da política, acredito que ninguém serve a dois senhores, a exemplo de Pernambuco vários políticos evangélicos foram eleitos e com expressivas votações; a que titulo entram nesta discurção, aonde vai à verdade dentro da política, onde fica o caráter na política?

A Igreja tem sido um dos grandes entraves dos avanços nas pesquisas das células troncos; imaginem o quanto poderemos perceber daqui a 200 anos o que poderíamos ter feito de bom para a população no mundo.

No século XIV o Padre Jonh Hus, foi reitor da Universidade de Praga,  traduziu o Novo Testamento para a língua boêmia e seu discurso movimentou o país e até passeatas de protesto foram organizadas, tornou-se um simpatizante das obras de John Wycliff (1329-1384), um reformador inglês e proíbido de fazer pregações; após isto em 06 de julho de 1415 foi condenado a fogueira e morreu acreditando em sua crença e cantando o Salmo, apenas durante o Papado de João Paulo II é que a igreja reconheceu o erro de seus "infalíveis" antecessores. Em dezembro de 1999, o líder católico pediu desculpas - embora demasiadamente tardias - pela morte de Hus. Na ocasião, falando sobre o reformador tcheco em um simpósio internacional promovido pelo Vaticano, João Paulo II afirmou: "Hoje, às vésperas do Grande Jubileu, sinto a necessidade de expressar profundo arrependimento pela morte cruel infligida a John Hus e pelas conseqüentes marcas de conflito e divisão deixadas nas mentes e nos corações do povo boêmio".


Sendo assim, será que daqui a quatro anos, após o término do mandato de Dilma ou durante, teríamos o reconhecimento da Igreja quanto a suas pregações e intervenção em uma campanha política contra a Presidenta; e afinal, o que passava pela cabeça do Cardeal que ora representava o Vaticano no momento da posse, quando diante daquela que diziam que era a favor do aborto; ora se antes condenavam a atitude, o que houve de mudança que foram abençoá-la em sua posse.

Termino por dizer novamente, sempre na história da humanidade, onde misturou-se política e religião, os resultados muitas vezes foram desastrosos.

Por Robson Patrício

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