quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Obama e a OMC nos protejam do protecionismo

The Economist deu capa sobre a volta do fantasma do nacionalismo econômico, com visual à la Thriller. O Estadão deu manchete e cinco páginas detalhando a volta do protecionismo dos países desenvolvidos e seus efeitos sobre o Brasil (clipping). As perspectivas são ruins para qualquer lado que se olhe.

“O nacionalismo econômico - a premência de manter empregos e capital no país - está ao mesmo tempo transformando a crise econômica numa crise política e ameaçando o mundo com uma depressão. Se ele não for enterrado de novo o quanto antes, as conseqüências serão terríveis”, diz a revista. E pede a Obama que vete as medidas protecionistas votadas pelo Congresso americano e se comprometa com três princípios: coordenação entre os pacotes de estímulo dos diferentes países; autocontrole para não engrossar a onda nacionalista mesmo que outros países tentem surfá-la; e multilateralismo focado no FMI, bancos internacionais de desenvolvimento e Organização Mundial do Comércio.

De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada. O Brasil anunciou que vai acionar a OMC para que tente conter a proliferação de barreiras não-tarifárias às exportações. Lula vai fazer discursos, naturalmente. Deve subir o tom lá fora para mostrar que não tem nada a ver com a crise antes que os efeitos da crise engrossem mais aqui dentro. A ver se cola.

Não sei se dá para esperar muito da OMC a esta altura.

The Economist espera tudo de Obama. “Mais uma vez, a tarefa de salvar a economia mundial recai sobre os Estados Unidos. Mr. Obama deve mostrar que está preparado para isso. Se estiver, deveria eliminar quaisquer provisões ‘Buy American’. Se não estiver, os Estados Unidos e o resto do mundo têm um enorme problema”.

O clip de Thriller abre com uma mensagem de Michael Jackson: “Devido às minhas fortes convicções pessoais, quero enfatizar que este filme não endossa de modo algum uma crença no oculto”. Aí os mortos saem da cova e caem na dança.

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