A
federalização da disputa pela prefeitura de São Paulo entre o PSDB e o PT vai
motivar o primeiro anúncio de que poderá haver intervenção num diretório local
de partido interessado em fazer uma aliança que é desaprovada pela direção
nacional da legenda.
O
presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, dirá amanhã ao presidente estadual
do partido, Márcio França, que as movimentações pró-candidatura do tucano José
Serra não têm validade alguma.
Também governador de Pernambuco, Campos aproveitará sua passagem hoje por São Paulo para conversar com os dirigentes dos diretório estadual e municipal do PSB. Vai lembrá-los que o último congresso do partido, realizado no final de novembro, decidiu que todas as alianças para as eleições de outubro em capitais e cidades com mais de 200 mil habitantes têm de ser homologadas pelo diretório nacional.
Eduardo
Campos é a favor da aliança com o petista Fernando Haddad, nome lançado pelo
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para disputar a sucessão de Gilberto
Kassab (PSD). Como os socialistas só se aproximaram de Serra, sem uma decisão
tomada pelo diretório, Campos não anunciará uma intervenção. Deixará claro que
ela poderá ocorrer no futuro, caso os paulistas insistam em ficar ao lado de
José Serra.
Se
em boa parte do Brasil o PSB tem alianças com o PT, em São Paulo a aproximação
é com o PSDB. Percebendo essa situação, o governador Geraldo Alckmin convidou o
presidente do diretório estadual, deputado Márcio França, para ser o seu
secretário de Turismo. Em São Paulo, os socialistas dizem que se sentem
esnobados pelo PT. De acordo com a assessoria do governador Eduardo Campos,
essa situação é bem entendida pela direção nacional. Mas a política de alianças
para a disputa pela prefeitura de São Paulo terá de ser a que vier da
orientação da presidência nacional do partido.
Em
2010, uma parte do PSB defendia a candidatura do ex-ministro e ex-deputado Ciro
Gomes (CE) à Presidência da República. Mas Eduardo Campos apoiava a aliança com
o PT, que lançara Dilma Rousseff à sucessão de Lula. O diretório nacional
interveio e fechou a coligação com os petistas.
Eduardo
Campos foi um dos articuladores de uma aliança do prefeito Gilberto Kassab com
o PT, para dar apoio a Fernando Haddad. Mas quando José Serra resolveu
concorrer à prefeitura de São Paulo, Kassab voltou-se para os tucanos. Assim
que tomou a decisão de não mais apoiar Haddad, Kassab ligou para Campos e falou
da intenção do ex-governador Serra de concorrer e de seu compromisso com ele, do
qual havia sido vice-prefeito e terminara por herdar a prefeitura, em 2006.
Fonte A Tarde
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