terça-feira, 27 de março de 2012

PSB cobra "dote" por apoio

Socialistas só vão ajudar o PT em São Paulo se os petistas fortalecerem as campanhas da sigla em outras capitais

PAULO DE TARSO LYRA



O apoio do PSB à candidatura do petista Fernando Haddad em São Paulo está condicionado à disposição do PT em apoiar os candidatos pessebistas nas cidades em que estes tiverem mais chances de vencer as disputas municipais de outubro. Essa foi a posição expressa pelo presidente nacional do partido, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em encontro que durou mais de três horas na noite de domingo, no apartamento de Lula em São Bernardo do Campo (SP).

Eduardo Campos assegurou a Lula que o partido não vai apoiar a candidatura de José Serra (PSDB), mas manteve a parceria com o PT em suspenso até junho. “O partido já tem um cronograma político estabelecido e não há razões para antecipá-lo”, disse. Das 11 principais cidades em que o PSB cobra reciprocidade do PT, em apenas uma a aliança já foi formada: Belo Horizonte. Em outras 10, como João Pessoa e Campinas, os petistas insistem em lançar nome próprio em vez de alinhar-se com o partido presidido por Eduardo Campos.

O presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), afirmou que uma comissão formada pelo secretário-geral do PT, Paulo Frateschi, e pelo vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, ficará responsável por fazer esse levantamento e definir os locais em que será possível uma aliança efetiva. Falcão destacou a vitória obtida em Belo Horizonte. “Essa é uma relação bilateral, não há por que desprezar o resultado da convenção em Minas, que definiu o apoio a Márcio Lacerda”, afirmou Falcão ao Correio.

Falcão lembra que, em 2008, o PSB apoiou a candidatura da petista Marta Suplicy à Prefeitura de São Paulo, mas que em 2004, quando a petista tentou a reeleição, os socialistas não aderiram à coalizão. “No plano nacional, é mais fácil reunir forças. As eleições municipais, contudo, apresentam características próprias”, justificou.

Para pressionar ainda mais os petistas, o PSB aceita que o PT lance candidatos em Fortaleza e no Recife — estados governados pelos socialistas — desde que sejam nomes competitivos e aglutinadores. “Eu não posso influenciar nas escolhas do PT, não seria correto nem inteligente. Mas precisa ser um nome que unifique a coalizão”, acrescentou Eduardo Campos.

Fonte: Correio Braziliense

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