PAULO DE TARSO LYRA
O
apoio do PSB à candidatura do petista Fernando Haddad em São Paulo está
condicionado à disposição do PT em apoiar os candidatos pessebistas nas cidades
em que estes tiverem mais chances de vencer as disputas municipais de outubro.
Essa foi a posição expressa pelo presidente nacional do partido, o governador
de Pernambuco, Eduardo Campos, ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em
encontro que durou mais de três horas na noite de domingo, no apartamento de
Lula em São Bernardo do Campo (SP).
Eduardo
Campos assegurou a Lula que o partido não vai apoiar a candidatura de José
Serra (PSDB), mas manteve a parceria com o PT em suspenso até junho. “O partido
já tem um cronograma político estabelecido e não há razões para antecipá-lo”,
disse. Das 11 principais cidades em que o PSB cobra reciprocidade do PT, em
apenas uma a aliança já foi formada: Belo Horizonte. Em outras 10, como João
Pessoa e Campinas, os petistas insistem em lançar nome próprio em vez de
alinhar-se com o partido presidido por Eduardo Campos.
O
presidente nacional do PT, deputado estadual Rui Falcão (SP), afirmou que uma
comissão formada pelo secretário-geral do PT, Paulo Frateschi, e pelo
vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, ficará responsável por fazer esse
levantamento e definir os locais em que será possível uma aliança efetiva.
Falcão destacou a vitória obtida em Belo Horizonte. “Essa é uma relação
bilateral, não há por que desprezar o resultado da convenção em Minas, que
definiu o apoio a Márcio Lacerda”, afirmou Falcão ao Correio.
Falcão
lembra que, em 2008, o PSB apoiou a candidatura da petista Marta Suplicy à
Prefeitura de São Paulo, mas que em 2004, quando a petista tentou a reeleição,
os socialistas não aderiram à coalizão. “No plano nacional, é mais fácil reunir
forças. As eleições municipais, contudo, apresentam características próprias”,
justificou.
Para
pressionar ainda mais os petistas, o PSB aceita que o PT lance candidatos em
Fortaleza e no Recife — estados governados pelos socialistas — desde que sejam
nomes competitivos e aglutinadores. “Eu não posso influenciar nas escolhas do
PT, não seria correto nem inteligente. Mas precisa ser um nome que unifique a
coalizão”, acrescentou Eduardo Campos.
Fonte: Correio Braziliense
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