sexta-feira, 30 de março de 2012

Dia mundial da água: um bem finito

A água é um recurso natural de valor inestimável. É essencial para a vida, por isso é necessário preservá-la. Todos os seres vivos dependem dela para sobreviver e garantir a permanência da espécie – a água sustenta a vida. Entretanto, apesar de toda a sua importância, ela pode acabar, portanto, exige cuidados em relação à quantidade de uso, a sua qualidade, suas fontes, sua distribuição pelo planeta, além de planejamento e custeio de tratamento, conservação e proteção.

Aproximadamente 70% da superfície terrestre encontra-se coberta por água. No entanto, menos de 3% desse volume é de água doce, cuja maior parte está concentrada em geleiras (geleiras polares e neves das montanhas), restando uma pequena porcentagem de águas superficiais para as atividades humanas.

Existe uma falsa idéia de que os recursos hídricos são infinitos e com isso o desperdício de água cresce a cada dia, o que poderá provocar futuramente um déficit em sua quantidade, acarretando uma série de problemas. Onde estes irão afetar não só aos homens, mas principalmente ao meio ambiente. Portanto, cabe a cada um de nós fazer a nossa parte e conscientizarmos as outras pessoas sobre o uso correto e a preservação da água, para que as gerações presentes e futuras não venham sofrer com a escassez deste recurso renovável, porém limitado.

O Brasil é um país privilegiado em relação à disponibilidade de água, detém 53% do manancial de água doce disponível na América do Sul e possui o maior rio do planeta (rio Amazonas). Os climas equatorial, tropical e subtropical que atuam sobre o território, proporcionam elevados índices pluviométricos. No entanto, mesmo com grande disponibilidade de recursos hídricos, o país sofre com a escassez de água potável em alguns lugares. A água doce disponível no território brasileiro está irregularmente distribuída: aproximadamente, 72% dos mananciais estão presentes na região amazônica, restando 27% na região Centro-Sul e apenas 1% na região Nordeste do país.

Além de ser essencial aos organismos vivos, a água tem outras diversas funções no planeta: produz energia elétrica, irriga os campos, facilita as comunicações por via marítima, fluvial e lacustre e, participa como matéria-prima ou de processamento nas atividades industriais. Desperdiçar água hoje é motivo de guerra, preservá-la é motivo de paz. Só uma ação conjunta é que nos levará a contornar essa situação. Por tudo isso, a água merece o maior respeito por parte da humanidade.  Depende de nós!

O desrespeito das autoridades, principalmente dos países industrializados, o chamado “Primeiro Mundo”, com o meio ambiente, fizeram-me apresentar na conclusão do Curso de Jornalismo, na UniCEUB de Brasília, em 2004, uma monografia denominada, AGUA: UM BEM FINITO.

O aquecimento global está diminuindo significativamente a oferta de alimentos em muitos países e, aumentando o número de famintos no mundo. Outro grande problema ambiental é o desmatamento. As florestas são valiosas ecológica e economicamente, em lugares como as florestas boreais do distante oriente da Rússia, as terras baixas de Sumatra, as selvas tropicais da Amazônia e o Congo. Essa maravilha desaparece rapidamente devido à poda madeireira ilegal e a agricultura.

Também enfrentamos hoje uma grave crise de falta de água que afeta mais de dois bilhões de pessoas no mundo, requer políticas urgentes para melhorar o acesso e garantir o recurso no planeta. A falta de água pode causar conflitos entre famílias e até guerras e graves crises sociais, como já se vê nos subúrbios urbanos.

A água é um elemento tão fundamental a vida humana que em muitos casos o conflito se torna uma oportunidade de melhora. No Oriente Médio, existem estudos que demonstram que os palestinos e israelenses em nível político não concordam, mas quando se fala de água, conseguem sentar juntos. Então, o recurso água talvez possa ser uma oportunidade de transformar o conflito em uma capacidade de solução e união.

A água é um bem social e fundamentalmente econômico. Entretanto, passaram-se 20 anos e quase nenhum governo levou a sério o assunto, só fizeram isso em 2002, quando os governos, pelo menos em nível de consciência, reconheceram que para falar de desenvolvimento sustentável, primeiro tinham que falar sobre o problema de gerência do recurso água. Há algumas perspectivas que dizem que o ponto crítico será por volta de 2050. Se não fizermos algo, chegará a um ponto em que haverá uma proporção bastante grande de países com uma crise muito difícil. No último encontro sobre a água realizado em Johanesburgo, em 2002, os países fixaram 2005 como data limite para elaborar um plano de gerência integral dos recursos hídricos, mas até o momento, as metas não foram cumpridas.

Que em Março,  mês que se comemora o Dia Mundial da Água, todos nós, possamos fazer uma reflexão: a água é um importante bem, mas é finito.

Gonzaga Patriota é Contador, Advogado, Administrador de Empresas e Jornalista. Pós-graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo. É Doutorando em Direito Civil, pela Universidade Federal de Buenos Aires – Argentina e Deputado desde 1982.

Blog do Deputado Federal GONZAGA PATRIOTA (PSB/PE)

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