Pelo menos 120 dirigentes ligados à Força Sindical em Minas vão se filiar ao PSDB

Pelo menos 120 dirigentes de sindicatos ligados à Força Sindical em Minas vão se filiar ao PSDB, partido do senador mineiro Aécio Neves, um dos líderes da oposição ao governo petista da presidente Dilma Rousseff. O apoio vai inaugurar o braço sindical da sigla, que pretende estreitar os laços com os trabalhadores seguindo orientação de Aécio.

Nesta quinta-feira, o governador Antonio Anastasia participa da 5ª Plenária Estadual da Força, mas a criação do PSDB sindical será oficializada somente no dia 20 de agosto, na sede do diretório estadual do partido, com a presença de Aécio, do governador Antonio Anastasia e do presidente regional tucano deputado federal Marcus Pestana.

A Força Sindical, assim como a CUT, construiu sua história ligada aos partidos de esquerda no plano nacional. Mas, em Minas, durante o governo de Aécio Neves, a agremiação se aproximou da administração tucana, culminando com o apoio formal à candidatura de Anastasia em agosto de 2010. ―O Aécio sinalizou que quer uma reaproximação com o movimento sindical. Ao longo do governo, ele teve uma parceria de 7 anos com o movimento. Então, existe uma relação muito forte de proximidade que está se consolidando agora‖, disse o presidente da Força em Minas, Rogério Fernandes, afirmando que a central sindical vai apoiar a candidatura de Aécio para a Presidência da República em 2014.

Segundo o deputado Marcus Pestana, o PSDB está passando por um processo de reciclagem após sua terceira derrota seguida nas eleições presidenciais. ―O partido tem que fazer um esforço no sentido de se modernizar, de conseguir uma linguagem que toque a sociedade, com agenda e mecanismos de articulação com a sociedade através dos movimentos organizados‖, avalia.
Apesar de usar a palavra ―reaproximação‖ para definir a parceria com os sindicatos, Pestana reconhece que a sigla não construiu uma afinidade com a classe trabalhadora no Brasil. ―Aqui, o PSDB não segue a trajetória clássica de um partido social-democrata como acontece na Europa. Na verdade, quem faz essa trajetória típica no Brasil é o PT. Mas a polarização existe e vamos nos fortalecer nesta área‖.

O PSDB de Minas é o segundo do país a formalizar um braço sindicalista. Até agora, a iniciativa só foi concretizada em São Paulo. A proximidade com a Força Sindical, de certa forma, foi facilitada pela disputa entre esta central e a CUT, diretamente ligada ao PT. Caso a direção nacional da Força siga os passos das regionais mineira e paulista, a rivalidade entre PT e PSDB pode ganhar uma instância sindical, protagonizada por CUT e Força, o que pode acirrar a disputa à Presidência da República em 2014.