terça-feira, 19 de julho de 2011

Fundo imobiliário é boa opção para diversificar carteira de investimentos

Por FÁBIO GALLO - O Estado de São Paulo
Quero entender melhor como funcionam os fundos imobiliários. Quais as vantagens, desvantagens, riscos? Recentemente falou-se sobre a criação de um índice para acompanhar a rentabilidade destes fundos. Isso ajudaria o investidor?
 
Embora já tenhamos tratado dos fundos imobiliários neste espaço, vários leitores têm retornado ao tema, o que significa grande interesse no assunto. Os fundos imobiliários funcionam como qualquer outro fundo de investimento. Em outros termos, reúne vários investidores interessados em aplicar dinheiro em algum tipo de ativo, formando um condomínio em que todos os retornos e gastos administrativos são divididos pelos cotistas. Os fundos dedicados ao setor imobiliário foram criados para atender aqueles investidores que não possuem recursos suficientes ou não querem aplicar diretamente em bens imóveis. Não é preciso muito dinheiro para comprar cotas, existem algumas a partir de R$ 100 sendo negociadas na BM&FBovespa. Atualmente, na Bolsa há 53 fundos imobiliários. As vantagens dessa modalidade de investimento são ganho de escala, custos de administração diluídos entre os cotistas, diversificação de investimentos, e dois destaques: a distribuição frequente de rendimentos e isenção de Imposto de Renda para pessoas físicas. Esses fundos aplicam recursos em imóveis geradores frequentes de renda, tais como shopping centers, edifícios comerciais, hospitais, centros de distribuição e logística. Investir diretamente em imóveis pode trazer diversos problemas como o não pagamento de aluguéis, depreciação, gastos com reformas, períodos sem locatários, mas principalmente, alto risco de liquidez. No entanto, devemos atentar ao fato de que os fundos imobiliários são fechados e assim não há resgate de cotas, estas devem ser negociadas no mercado secundário, o que pode acarretar risco de liquidez, mesmo embora bem mais baixo que investir diretamente em imóveis. Na BM&F Bovespa já existe o Índice Imobiliário (IMOB) que apresenta a evolução do preço das ações das empresas voltadas para esse mercado, e um índice próprio para cotas de fundos imobiliários ainda é somente cogitação.
 
Não sei se estou aplicando corretamente meu dinheiro e gostaria de obter a sua orientação. Tenho 60 anos e sou aposentado, recebo cerca de R$ 6 mil mensais, gosto de viajar e, fora as despesas comuns, pago meu plano de saúde, o da minha esposa e de meu pai (cerca de R$ 1,6 mil/mês ao todo). Meus investimentos são os seguintes: R$ 180 mil em fundo DI; R$ 180 mil em fundo de renda fixa; RS 120 mil em fundo de ações; além de outros R$ 180 mil em diversas ações, que são administradas por uma corretora de valores. E então, o que acha?
 
O total de suas aplicações é de R$ 660 mil, um bom valor, mas que deve ser mais bem distribuído, afinal você é aposentado e deve, em minha opinião, ser um pouco mais conservador nos seus investimentos. Hoje, a parcela, do total de sua carteira, dedicada à renda variável está acima de 45%. A recomendação é que você deixe em torno de 20% dos investimentos em ações. Caso você tenha bons conhecimentos do mercado e tempo disponível monte, junto à sua corretora, uma carteira de ações. Caso contrário fique no fundo mesmo. O restante dos recursos invista em renda fixa, dividindo entre fundos de RF, fundos imobiliários (não há incidência do IR para pessoa física) e aplicações no Tesouro Direto, em vez de fundos DI. Escolha títulos do Tesouro com diferentes prazos, segmentando parte em papéis indexados a juros (como é o caso das LFTs) e outra parte indexados a inflação (que são as chamadas NTNs). Outra dica é você ficar atento às taxas cobradas pelas administradoras dos seus fundos de investimentos. Esses custos variam muito. Com essa distribuição de recursos a sua carteira de investimentos ficará mais equilibrada e com possibilidade de melhor liquidez.

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