Ex-presidente
afirma que concessão dos aeroportos é prova de amadurecimento
político-econômico do país
Aécio
diz que PT copia tucanos; para governo, dinheiro será para investimentos, e não
para abater dívida
DE SÃO PAULO
O
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou que as concessões dos
aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília, realizadas nesta semana, são uma
mostra do amadurecimento político-econômico do país.
Para
FHC, os leilões dos aeroportos servirão para "desmistificar" a
privatização e acabar com gestos políticos de condenação ao processo.
"Como se fosse o demônio que privatiza", afirmou.
"A
privatização não é uma questão ideológica. É uma questão que depende das
circunstâncias, de como você aumenta sua capacidade de gerenciar, aumenta sua
oferta de serviço, melhora a eficiência e aumenta também a quantidade
disponível de recursos. É uma questão de responsabilidade", disse FHC ao
site Observador Político.
"Quando
a privatização é bem-feita, todo mundo ganha. Esses fantasmas estão
desaparecendo porque o Brasil está mais maduro."
No
depoimento, o ex-presidente voltou a defender as privatizações anteriores,
inclusive as realizadas em suas duas gestões (1995-2002).
"As
siderúrgicas começaram a ser privatizadas no governo [JOSÉ] SARNEY. Depois teve
a Embraer e a [Companhia] Siderúrgica Nacional no governo Itamar [Franco]. No
meu caso, as telefônicas e a Vale", afirmou.
FUNDOS DE PENSÃO
FHC
também defendeu a participação do governo e dos fundos de pensão estatais.
"Os
fundos de pensão são para isso, para investir, não tem nada de negativo nisso.
O importante é ser transparente, que haja uma agência reguladora", disse,
fazendo um alerta contra a formação de monopólio. "Tem que manter a
competição."
Outro
líder tucano, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) acusou o PT de copiar as
iniciativas econômicas da gestão FHC. "Há um software pirata em execução
no Brasil. Porque o original é nosso. Quem concebeu essa construção
macroeconômica de câmbio flutuante e superavit primário foi o PSDB", disse
Aécio, em nota enviada por sua assessoria de imprensa.
O
senador considera que houve "demora excessiva" na concessão dos
aeroportos.
DIFERENÇA
Em
resposta, o ministro Guido Mantega (Fazenda) disse ontem que o dinheiro dos
leilões (R$ 24,5 bilhões) será usado para investimentos em infraestrutura, o
que não ocorreu nos anos FHC.
"[Os
recursos] Não serão contingenciados e utilizados para abater dívida. Isso faz
com que a nossa concessão seja diferente", afirmou.
Fonte Folha de São Paulo
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